sexta-feira, 6 de maio de 2011

Cientistas criticam reforma no Código Florestal



A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC  e a Academia Brasileira de Ciências – ABC , duas das principais organizações científicas do Brasil, realizaram uma análise das mudanças no Código Florestal propostas pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
O Grupo de Trabalho, que reuniu cientistas das duas organizações, realizou o estudo durante seis meses. O objetivo é fornecer dados e argumentos técnico-científicos a fim de auxiliar as discussões em torno das mudanças no Código Florestal. As informações iniciais sobre o relatório foram apresentadas em um seminário para debater o Código Florestal no último dia 22 de fevereiro, na Câmara dos Deputados. O relatório completo deve ser disponibilizado até a metade de março.
No relatório, os cientistas rejeitam as mudanças propostas, afirmando que as áreas de preservação permanente (APPs), como matas às margens de rios, não podem ser alteradas. O grupo ainda afirmou que as APPs  e as reservas legais precisariam ser mantidas e recompostas para o bem da própria atividade agrícola. Segundo os cientistas, algumas culturas dependem de polinizadores que se abrigam nesses locais.
Censura na Embrapa
Pesquisadores da Embrapa que fizeram parte do Grupo de Trabalho que preparou o relatório, foram impedidos de participar do seminário que debateu o Código Florestal na Câmara dos Deputados. Os cientistas que se apresentaram reclamaram da censura aos colegas.
Segundo o órgão, não houve proibição, mas sim uma orientação para que os cientistas evitassem falar em nome da Embrapa sobre o tema, já que o órgão ainda não se posicionou oficialmente sobre as mudanças no Código Florestal.
Eu falei que a pessoa pode ir lá, mas tem de tomar cuidado com posicionamentos, para não carimbar as coisas como se fossem da Embrapa“, afirmou o diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Cientistas de outras instituições que ainda não se posicionaram oficialmente sobre o projeto de mudança do Código Florestal, como USP, Unicamp, Inpe e Ministério da Ciência e Tecnologia, foram liberados para participar do seminário.

 

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